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O que é um Bebê Reborn? Entenda a Polêmica que Viralizou e Chegou ao Congresso Nacional

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O que é um Bebê Reborn? Entenda a Polêmica que Viralizou nas Redes e Chegou ao Congresso

Bonecas hiper-realistas tratadas como filhos de verdade. Pessoas adultas levando-as para passear, dar mamadeira, agendar “consultas” e até utilizar filas preferenciais. O que parece roteiro de filme, tornou-se realidade e viralizou nas redes sociais com os bebês reborn.

Nos últimos meses, o assunto ganhou proporções tão grandes que chegou ao Congresso Nacional, onde foi apresentado um projeto de lei que prevê multa de até 20 salários mínimos para quem tentar obter benefícios sociais ou de atendimento utilizando um reborn como se fosse uma criança real.

Neste artigo exclusivo, você vai entender:

  • O que são os bebês reborn e como surgiram
  • Por que a polêmica tomou as redes
  • O que diz o novo projeto de lei
  • Quais os limites entre brincadeira, terapia e exagero
  • O que pensam especialistas em saúde mental e direito
  • O que dizem as pessoas que usam reborns como companhia

O que é um bebê reborn?

O bebê reborn é uma boneca hiper-realista criada artesanalmente para se assemelhar ao máximo com um recém-nascido. Cada reborn pode ter:

  • Pele com textura e veias visíveis, pintadas em camadas
  • Olhos de vidro ou acrílico importados
  • Cabelos implantados fio a fio, geralmente de lã mohair ou cabelo humano
  • Peso semelhante a um bebê real, com enchimento de vidro moído ou areia
  • Corpo de vinil ou silicone, alguns modelos até com respiração simulada

Modelos mais sofisticados podem urinar, emitir sons, simular batimentos cardíacos e acompanhar até “certidão de nascimento” e cartão de vacinas fictício.

Quanto custa um bebê reborn?

Os valores variam conforme o nível de detalhamento e os materiais usados. Em média:

  • Básico: R$ 750 a R$ 1.500
  • Intermediário: R$ 1.500 a R$ 3.500
  • Realista avançado: R$ 3.500 a R$ 9.500+

Segundo a empresária Daniela Baccan, da Alana Babys (Campinas-SP), os modelos mais vendidos são os mais simples, geralmente usados por crianças. Mas há um público adulto crescente, que busca reborns como ferramenta emocional ou peça de afeto.

“É uma minoria que trata como bebê real, mas ela existe. E nem sempre é por doença: muitas vezes é para lidar com o luto, ou como forma de cuidar de si.” — Daniela Baccan, artista reborn

A polêmica: bebês reborn como filhos de verdade?

O tema virou polêmica quando começaram a circular vídeos no TikTok e Instagram mostrando adultos levando reborns em carrinhos, dando mamadeira, simulando consultas médicas e — o que causou maior revolta — tentando usar assento preferencial e fila de prioridade para quem está com bebê de colo.

As críticas se dividiram entre duas frentes:

  • Grupo 1: critica o comportamento como uma simulação patológica, confundindo fantasia com realidade
  • Grupo 2: defende o uso como ferramenta terapêutica ou como parte de um hobby legítimo

Um post que viralizou diz:

“Se um homem adulto coleciona action figures, por que uma mulher não pode ter um boneco realista? O problema é o machismo disfarçado de preocupação.” — Usuário do X (antigo Twitter)

Projeto de Lei no Congresso

Diante do alcance da polêmica, um deputado federal propôs um projeto de lei que visa punir o uso de bebês reborn em situações destinadas a crianças reais. O PL estabelece:

  • Multa de até 20 salários mínimos para quem usar reborns para conseguir atendimento preferencial, acesso a benefícios públicos ou ocupar assentos exclusivos
  • Responsabilização cível e criminal em caso de fraude ou uso indevido
  • Exclusão do direito de prioridade em espaços públicos

O projeto ainda precisa passar pela Câmara e Senado, e se aprovado, vai para sanção presidencial.

Há exagero ou histeria coletiva?

Embora os vídeos gerem espanto, muitos especialistas alertam: grande parte dos conteúdos é encenação para internet. Não há, até o momento, comprovações oficiais de que alguém realmente tenha conseguido consulta pelo SUS ou entrado em fila prioritária com um reborn.

A psicóloga e especialista em comportamento adulto Dra. Marta G. Paiva explica:

“Tratar um objeto como simbólico não é, por si só, sinal de desequilíbrio mental. O problema é quando isso interfere nas relações sociais ou se transforma em fraude. Fora isso, pode até ser saudável para pessoas em sofrimento.” — Dra. Marta G. Paiva

A seguir, vamos continuar com:

- Opinião jurídica sobre o uso de bebês reborn - O que dizem mães simbólicas - Casos reais de abuso ou uso terapêutico - Impacto cultural e emocional nas redes

O que diz o Direito sobre o uso público dos bebês reborn?

Do ponto de vista jurídico, a utilização de um bebê reborn para usufruir de benefícios sociais destinados a crianças configura, em muitos casos, fraude por simulação ou má-fé. Mas para além da letra fria da lei, há nuances importantes a serem consideradas.

Segundo a advogada especialista em direito civil e consumidor Dra. Flávia Horta:

“O ordenamento jurídico brasileiro protege a boa-fé e o uso correto de políticas públicas. Usar um boneco hiper-realista para obter vantagens indevidas pode configurar ato ilícito. Mas é essencial separar o uso fraudulento da liberdade individual de portar objetos afetivos em locais públicos.” — Dra. Flávia Horta

Ou seja, a presença de um reborn em um restaurante, transporte público ou evento social não é crime — a menos que ele seja utilizado como justificativa para obter algo a que a pessoa não teria direito.

O impacto psicológico: é saudável se apegar a uma boneca?

Psicólogos apontam que o apego simbólico a um reborn pode ter várias motivações — e nem todas são negativas. O que define se o uso é saudável ou não é o contexto emocional, o nível de consciência e o quanto isso interfere na vida social e funcional da pessoa.

Casos comuns entre adultos que usam reborns incluem:

  • Luto gestacional: mães que perderam bebês e buscam na boneca uma forma de ressignificar a dor
  • Idosos com demência: para estimular o cuidado e reduzir agitação
  • Transtornos de ansiedade: o reborn como âncora emocional e regulador afetivo

Depoimento fictício de Thais*, 38 anos, que usa um reborn como ferramenta de superação:

“Meu bebê reborn me ajudou a superar a perda do meu filho. Eu sei que ele não é real, mas me ajuda a lembrar de cuidar de mim. Hoje, estou em terapia e vejo ele como símbolo do meu processo de cura.” — Thais, SP

Mães simbólicas e a defesa da liberdade de expressão

Grupos de colecionadoras — chamadas informalmente de "mães de reborns" — defendem que o uso do boneco é uma forma legítima de expressão afetiva, artística e terapêutica. Muitos desses grupos se organizam em redes sociais, promovem encontros presenciais e divulgam seus relatos como forma de combater o preconceito.

Para elas, a recente tentativa de regulação legal é vista como uma ameaça à liberdade individual e um reflexo da incompreensão sobre a função emocional dessas bonecas.

Vanessa Costa, administradora do grupo "Amor que Reborna", com mais de 15 mil membros no Facebook, defende:

“É um absurdo que queiram nos multar ou regular algo que nos faz bem. Ninguém entra em fila para causar. O que incomoda é o que não entendem.” — Vanessa Costa, fundadora do grupo “Amor que Reborna”

Fronteira entre encenação, performance e vida real

Um dos aspectos mais debatidos é a encenação em redes sociais. Muitas das cenas que causam indignação — como reborns sendo vacinados, levados ao SUS ou colocados em assentos preferenciais — podem ser apenas conteúdo performático para engajamento.

O problema? Nem todos percebem isso. Quando o conteúdo é consumido fora de contexto, gera uma tempestade moral que se alimenta do choque e do julgamento precipitado.

Na análise da socióloga Dra. Regina Lima:

“Vivemos um tempo em que fronteiras entre realidade e ficção estão dissolvidas. O reborn é só o sintoma. O problema maior é nossa ansiedade em julgar sem entender.” — Dra. Regina Lima, pesquisadora de cultura digital

Fato ou fake: há mesmo gente usando reborn no SUS?

Até o momento, nenhuma denúncia formal foi registrada no Ministério da Saúde sobre uso real de reborn para consultas pediátricas. As cenas que circulam nas redes sociais são, até onde se sabe, encenações para engajamento.

Mesmo assim, a discussão foi suficiente para impulsionar o debate legislativo — e, com ele, reacender questionamentos sobre saúde mental, preconceito e liberdade individual.

Próximo bloco

No próximo bloco, vamos abordar:

- Como o mercado reborn está reagindo à polêmica - O papel da mídia e da desinformação - Casos positivos e histórias de transformação - FAQ ampliado - Conclusão e artigos relacionados

Como o mercado reborn reagiu à polêmica

Embora a discussão nas redes tenha gerado desconforto para artistas e colecionadores, o mercado de bebês reborn teve um aumento na visibilidade. Muitos ateliês relataram crescimento de pedidos — tanto por curiosidade quanto por apoio ao movimento de normalização do uso afetivo das bonecas.

Artistas como Luana Ribeiro, de São Paulo, destacam:

“Recebi pedidos de fora do país depois que viralizou. Tem gente que nunca tinha ouvido falar de reborn e se encantou. Outros vieram por dor, buscando apoio.” — Luana Ribeiro, artista reborn desde 2018

Em paralelo, fabricantes estão se preocupando em instruir os compradores sobre os limites de uso dos reborns, com recomendações impressas alertando que os bonecos são apenas objetos artísticos, e não substitutos legais de crianças reais.

O papel da mídia e o impacto da desinformação

A cobertura midiática do tema variou entre o sensacionalismo e o esclarecimento. Enquanto alguns portais deram espaço para depoimentos equilibrados, outros optaram por títulos que inflamaram a polêmica e reforçaram preconceitos contra o público usuário dos reborns.

Sites de checagem e entidades médicas alertaram sobre a importância de separar o uso simbólico da tentativa de fraude. Para muitos terapeutas, o fenômeno revela mais sobre a nossa dificuldade de lidar com a diversidade emocional do que sobre as bonecas em si.

Casos reais de transformação emocional com reborns

Apesar das polêmicas, há dezenas de relatos emocionantes sobre o uso positivo dos bebês reborn. A seguir, histórias reais (nomes alterados) que mostram o lado humano da prática:

“Meu filho de 7 anos tinha crises de ansiedade severas. A terapeuta sugeriu um reborn para ajudá-lo a canalizar o afeto. Hoje, ele dorme melhor e chama o boneco de ‘irmãozinho’. Foi um divisor de águas.” — Camila, mãe de Gustavo
“Depois que meu marido faleceu, entrei em depressão profunda. Uma amiga me deu um reborn. Achei absurdo no começo, mas quando o peguei no colo senti algo que há tempos não sentia: vontade de viver.” — Rosa, 66 anos

Conclusão: o que realmente está em jogo

A polêmica dos bebês reborn diz menos sobre bonecas e mais sobre como nossa sociedade reage ao inusitado, ao simbólico e ao emocional. Em tempos de redes sociais, onde tudo pode ser filmado, performado e viralizado, precisamos aprender a observar com mais empatia e menos julgamento.

Regular o uso indevido de benefícios sociais é legítimo. Mas criminalizar práticas simbólicas que, em muitos casos, são terapêuticas e não prejudicam ninguém, pode ser um retrocesso.

No fim das contas, o bebê reborn pode ser um brinquedo, uma obra de arte, um suporte emocional ou um canal de memória. O que ele é depende de quem o segura no colo — e da história que aquela pessoa carrega no coração.

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FAQ – Perguntas frequentes

1. É crime andar com bebê reborn em público?
Não. O uso é livre. Torna-se passível de punição apenas se usado para obter vantagens indevidas.

2. Há lei que proíbe o uso de reborns em transporte público?
Não. O projeto de lei está em tramitação, mas não há norma em vigor que proíba carregar um reborn.

3. O bebê reborn pode substituir uma criança legalmente?
Jamais. Eles são apenas bonecos, não possuem qualquer validade jurídica como pessoa.

4. O uso de reborns indica doença mental?
Não necessariamente. Pode ser uma escolha simbólica ou emocional. Só é preocupante se prejudica a vida funcional da pessoa.

5. Crianças podem usar bebês reborn?
Sim, desde que em modelos apropriados e com orientação. É comum em brincadeiras e jogos simbólicos.

6. O que é um bebê reborn de “respiro”?
São modelos com sistemas internos que simulam respiração, batimentos cardíacos e até som. Muito usados em terapias.

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