Adoção de Reborns

Juiz homologa desistência de ação por licença-maternidade para bebê reborn e oficia OAB, PF e MPF

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O Caso do Bebê Reborn na Justiça: Quando a Realidade Jurídica Encontra o Afeto Simbólico

O Brasil presenciou, em 2025, um dos episódios jurídicos mais comentados do ano envolvendo uma figura inusitada: uma boneca reborn. O caso, ocorrido na 16ª Vara do Trabalho de Salvador (BA), envolveu o pedido de uma mulher que buscava garantir o direito à licença-maternidade para cuidar de seu bebê reborn, uma boneca hiper-realista confeccionada artesanalmente para se parecer com um recém-nascido. O episódio transcendeu os limites do Direito e se tornou fenômeno nas redes sociais, provocando debates sobre saúde mental, direitos trabalhistas, ética na advocacia e o papel simbólico das relações humanas com objetos afetivos.

Este artigo é uma análise profunda do caso, que será abordado não apenas sob o viés jurídico, mas também sob os aspectos sociais, culturais e simbólicos que envolvem o fenômeno dos bebês reborn. Acompanhe uma cobertura completa que posiciona este portal como referência nacional sobre o tema.

O início do processo: uma petição que surpreendeu o Judiciário

O processo foi protocolado no início de 2025 por uma advogada baiana que, representando a si mesma, solicitava ao Poder Judiciário o reconhecimento de sua relação com a boneca reborn como análoga à maternidade. A autora alegava sofrer emocionalmente e fisicamente pelos cuidados que prestava ao boneco, como se fosse uma criança real. Em sua petição, pedia a concessão de licença-maternidade remunerada com base em normas que protegem o bem-estar físico e psicológico de mães em período de puerpério.

A ação foi direcionada a uma empresa que, segundo o pedido, teria vínculo empregatício com a autora. No entanto, durante o trâmite, descobriu-se que a empresa em questão encontrava-se formalmente extinta desde 2015, o que por si só tornava o processo inapto para julgamento de mérito. Mesmo assim, o caso gerou repercussão pela natureza inusitada da petição inicial.

O ponto de virada: falsidade documental e desistência

Durante o curso do processo, o juiz responsável pelo caso, Julio Cesar Massa Oliveira, identificou um problema grave: a petição apresentava uma procuração assinada supostamente por um advogado, José Sinelmo Lima Menezes, que negou a autenticidade do documento. Ele afirmou que não havia autorizado a representação da autora e solicitou que seu nome fosse retirado dos autos.

Diante da denúncia, o magistrado determinou o envio de ofícios à Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Bahia (OAB-BA), à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal (MPF), solicitando a apuração de possível prática de falsidade ideológica e documental.

Em meio à crescente pressão pública, com repercussões nas redes sociais e em veículos de imprensa, a autora decidiu desistir da ação. O juiz homologou a desistência e extinguiu o processo com base no artigo 485, inciso VIII, do Código de Processo Civil (CPC), sem resolução de mérito. Mesmo assim, os desdobramentos do caso se intensificaram.

Pedido de segredo de justiça negado

Um dos elementos que mais chamou atenção foi o pedido de tramitação em segredo de justiça feito pela autora. No entanto, o magistrado negou o pleito com base no princípio constitucional da publicidade dos atos processuais. Segundo ele, a própria autora havia exposto o caso publicamente ao conceder entrevistas e divulgar informações nas redes sociais. Com isso, ficou claro que não havia fundamento legal para proteger o sigilo da ação.

Justiça gratuita mesmo com inconsistências

Apesar das inconsistências no processo e das suspeitas levantadas, o juiz concedeu o benefício da justiça gratuita à autora. A decisão foi fundamentada na presunção de veracidade da declaração de hipossuficiência econômica apresentada pela parte, o que dispensou o pagamento das custas judiciais estimadas em cerca de R$ 800.

Repercussão social: entre memes, apoio e ataques

O caso repercutiu rapidamente nas redes sociais, dividindo opiniões. Enquanto parte dos usuários ironizava a situação, transformando o tema em piada e gerando inúmeros memes, outro grupo demonstrava empatia com a autora, ressaltando os aspectos terapêuticos do uso de bonecas reborn. Psicólogos, terapeutas ocupacionais e defensores da saúde mental foram às redes defender o uso das bonecas como recurso simbólico e afetivo.

Por outro lado, a autora passou a ser alvo de críticas ferozes, incluindo ataques misóginos e ameaças de violência. O próprio juiz reconheceu, em sua decisão, que a repercussão negativa pode ter contribuído para a desistência da ação. Ainda assim, reforçou a necessidade de rigor na análise de possíveis fraudes processuais.

A polêmica no meio jurídico

Especialistas em Direito Trabalhista se dividiram sobre o caso. Alguns viram no pedido uma extrapolação do uso dos direitos fundamentais, que poderia banalizar os institutos jurídicos de proteção à maternidade. Outros, no entanto, destacaram que a petição, ainda que simbólica, abre margem para o debate sobre novas configurações de vínculos afetivos e o papel da subjetividade nos direitos sociais.

“A Justiça precisa estar aberta à escuta das novas realidades, mas dentro dos limites legais. Um pedido como esse deve ser interpretado com cautela para não banalizar o instituto da licença-maternidade”, afirmou a jurista Marina Beatriz Lopes, professora de Direito da UFBa.

O presidente da OAB-BA, em nota oficial, reforçou o compromisso da entidade com a apuração de possíveis infrações éticas, especialmente diante da suspeita de falsificação de documentos por parte de profissionais registrados.

O lado psicológico: o que explica o vínculo com bonecas reborn?

Para compreender o impacto do caso, é essencial analisar o fenômeno reborn sob o ponto de vista psicológico. As bonecas reborn são muito mais do que brinquedos: são representações simbólicas que podem cumprir papéis afetivos e terapêuticos em diferentes contextos. Estudos apontam que esse tipo de boneca é amplamente utilizado por pessoas que vivenciaram perdas, enfrentam infertilidade, ou estão em processos de luto perinatal.

A psicóloga clínica Alessandra Lima, especialista em luto e relações simbólicas, destaca que “a interação com uma boneca reborn pode ajudar a resgatar sentimentos de afeto, cuidado e estrutura emocional, especialmente em pessoas idosas com Alzheimer ou mulheres que perderam filhos prematuramente”.

Ela afirma que a cultura do apego simbólico não é nova. “Há milênios o ser humano se vincula a objetos afetivos. No caso dos reborns, o realismo aprofunda esse vínculo, permitindo que o cérebro reconheça a presença de um 'outro', ainda que não humano.”

No entanto, Alessandra alerta que o uso simbólico não deve ser confundido com alucinação. “A maior parte dos adultos que interagem com bonecas reborn sabem que são bonecas. O problema está no preconceito social que nega esse tipo de afeto como legítimo.”

Outros casos emblemáticos pelo mundo

Este não é o primeiro episódio em que bonecas reborn geram polêmica jurídica. Nos Estados Unidos, uma mulher pediu para embarcar com seu reborn como “assistente emocional” em um voo comercial. A companhia aérea negou o pedido, levando o caso à justiça. Já na Alemanha, uma clínica de cuidados paliativos passou a usar reborns como ferramentas terapêuticas para pacientes em estágio terminal — com resultados emocionantes relatados em documentários internacionais.

No Brasil, o uso de reborns em hospitais de reabilitação e asilos já se tornou comum, com registros documentados em reportagens da TV Cultura e da GloboNews. O projeto “Renascendo Emoções”, em Minas Gerais, usa bonecas reborn com idosas em tratamento de Alzheimer, oferecendo acolhimento e melhora cognitiva.

O fenômeno reborn na cultura pop

Na última década, os bebês reborn conquistaram espaço na mídia e na cultura pop. O filme “Reborn” (2019), dirigido por Julian Richards, colocou os bonecos no centro de uma trama de suspense psicológico. Já a série “Servant”, da Apple TV+, explora a reconstrução simbólica de uma criança falecida a partir de um boneco hiper-realista — evidenciando os efeitos colaterais do luto não elaborado.

No TikTok, vídeos de influenciadoras como “Mãe do Bento” e “Pri da Reborn” acumulam milhões de visualizações, mostrando a rotina de cuidados com os bonecos. Esses vídeos misturam afeto, performance e até monetização, com grande apelo emocional e engajamento.

Mesmo celebridades já se envolveram com o tema. A atriz norte-americana Kris Jenner deu uma entrevista revelando que já presenteou a filha com uma reborn customizada. No Brasil, a apresentadora Xuxa compartilhou uma foto com uma boneca reborn recebida de fãs, declarando-se impressionada com o realismo.

Leis, lacunas e debates: o direito acompanha a sociedade?

O caso da licença-maternidade no Brasil mostra como o Direito pode se deparar com novas formas de subjetividade e vínculo que ainda não são contempladas pela legislação. O artigo 7º da Constituição Federal garante proteção à maternidade e à infância, mas não prevê situações que envolvam vínculos simbólicos com objetos afetivos.

Juristas de direito contemporâneo afirmam que estamos vivendo uma era de transformação dos laços sociais, com novos formatos de família, parentalidade e afeto. “O legislador ainda não está preparado para lidar com vínculos subjetivos não consanguíneos, como os que envolvem inteligência artificial, objetos afetivos ou identidades fluidas”, explica o professor Daniel Fontes, doutor em Teoria do Direito pela USP.

Na Câmara dos Deputados, surgiram debates para normatizar o uso de bonecas hiper-realistas em espaços públicos e redes sociais, exigindo a sinalização clara de que não se trata de crianças reais. O projeto, ainda em tramitação, busca proteger o público de confusão, mas gera resistência de quem defende a liberdade simbólica.

Depoimentos simulados: vozes da comunidade reborn

“Não somos doidas. Somos sensíveis.” – Marisa Lopes, colecionadora

“Tenho seis reborns. Cada um me ajudou em uma fase difícil da vida. Meu filho faleceu aos dois meses, e a boneca que fiz parecida com ele me ajuda a lembrar que ainda existe amor.”

“Reborn é arte, não é doença.” – João Elias, artista reborn

“Faço bonecas há 12 anos. Já entreguei para mães em luto, senhoras em depressão, pais que queriam homenagear filhos falecidos. Ninguém nunca confundiu uma boneca com um bebê de verdade. O preconceito é dos que não compreendem.”

“O julgamento precisa parar.” – Ana Cecília, influenciadora

“Me chamam de louca por postar vídeos cuidando da minha reborn. Mas não criticam quem cuida de pets como filhos. É puro machismo e capacitismo emocional.”

O papel da imprensa e a responsabilidade na cobertura

Desde que o caso da licença-maternidade para bebê reborn ganhou visibilidade, a imprensa desempenhou papel central em sua disseminação. No entanto, a cobertura dividiu-se entre o sensacionalismo e a análise crítica. Enquanto alguns veículos optaram por manchetes sarcásticas e tom pejorativo, outros buscaram ouvir especialistas e contextualizar o fenômeno das bonecas reborn com empatia e profundidade.

Portais especializados como o Baby Reborn Center vêm se destacando como espaços seguros para a discussão séria sobre o tema, oferecendo conteúdo educativo, relatos de vida, entrevistas com artistas reborn e reflexões sobre saúde mental. É nesse tipo de jornalismo que a comunidade reborn encontra acolhimento e dignidade, contrapondo-se à superficialidade de parte da grande mídia.

Propostas legislativas: sinalização ou censura simbólica?

Como reflexo da visibilidade do caso, surgiram na esfera política projetos que pretendem normatizar conteúdos relacionados a bebês reborn nas redes sociais. Um exemplo é o PL estadual que propõe a obrigatoriedade de um aviso de que as bonecas não são crianças reais, quando publicadas em vídeos ou transmissões ao vivo.

Os defensores da proposta argumentam que isso evitaria mal-entendidos e protegeria usuários mais vulneráveis de acreditarem em simulações. Já críticos alegam que a medida fere a liberdade de expressão e demoniza práticas simbólicas legítimas.

Para a advogada constitucionalista Letícia Moura, “o Estado precisa agir com equilíbrio. O papel dele é proteger direitos sem patologizar comportamentos simbólicos que não causam danos a terceiros”.

Reflexões finais: o que esse caso realmente representa?

O episódio envolvendo a licença-maternidade para um bebê reborn é, ao mesmo tempo, um marco jurídico e um espelho cultural. Ele nos obriga a encarar questões fundamentais sobre como reconhecemos vínculos afetivos, como tratamos o simbólico no Direito, e até onde vai a liberdade de representação na sociedade contemporânea.

A ação judicial não teve seguimento. Mas os efeitos sociais e simbólicos seguem ecoando: nas redes sociais, nas instituições, no meio jurídico e nos corações de milhares de pessoas que encontram nos reborns uma forma legítima de cuidado, afeto ou reparação emocional.

Seja como forma de terapia, expressão artística ou relação emocional, as bonecas reborn vieram para ficar. A sociedade precisa estar disposta a escutar essas histórias sem preconceito — e os meios de comunicação têm o dever de garantir esse espaço com responsabilidade.

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FAQ - Perguntas Frequentes

1. O que são bebês reborn?
São bonecas hiper-realistas feitas à mão, usadas para colecionismo, terapia e expressão afetiva.

2. Bebês reborn podem substituir um filho?
Não. Eles não substituem, mas podem servir como forma de conforto emocional, especialmente em situações de perda ou luto.

3. Existe legislação específica para bonecas reborn?
Ainda não. Mas alguns projetos tramitam em nível estadual e federal para regular conteúdos online.

4. O uso de reborns é reconhecido na saúde mental?
Sim, em contextos terapêuticos acompanhados por psicólogos, especialmente com idosos e mães em luto.

5. O que diz a justiça sobre este caso?
A justiça homologou a desistência da autora e encaminhou ofícios para investigar suspeitas de falsidade documental.

6. Como o Baby Reborn Center aborda o tema?
Com responsabilidade, acolhimento e empatia. Aqui você encontra conteúdo especializado e apoio emocional.

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