Introdução
O universo dos reborn dolls não é apenas um fenômeno nacional — repercute mundialmente. Nos EUA, Reino Unido e outras partes, essas bonecas hiper‑realistas são usadas como terapia, colecionismo e apoio emocional, suscitando reflexões inéditas sobre saúde mental, arte e identidade.
EUA: £20 mil em 24 reborns
Em Lake City (Carolina do Sul), uma mulher investiu cerca de £20 000 em 24 reborn dolls — desde versões “zumbi” até gêmeos palhaço — e vive um cotidiano intenso com elas, incluindo saídas sociais levando os reborns em carrinhos e frases como “eles não envelhecem” :contentReference[oaicite:6]{index=6}.
Reino Unido: Katie Price e os “reborn twins”
A celebridade britânica Katie Price publicou fotos com reborn twins, supostamente como apoio emocional durante uma jornada de fertilização in vitro :contentReference[oaicite:7]{index=7}. Para Price, as bonecas são parte de um processo de enfrentamento.
PS: Reborn dolls como terapia de luto
Nos EUA, pessoas como Christina Keeler usaram reborns para lidar com perdas gestacionais — “Você vê uma boneca; eu vejo um bebê que nunca segurei” :contentReference[oaicite:8]{index=8}. A psicóloga Drª Jessica Zucker compara seu efeito ao de cobertores pesados (weighted blankets) e fontes de conforto emocional :contentReference[oaicite:9]{index=9}.
Polônia: artista que traz cura com reborns
A artista polonesa Barbara Smolińska, fundadora da Reborn Sugar Babies, desenvolve dolls terapêuticos usados em escolas de saúde e acolhimento a mulheres que sofreram abortos ou infertilidade :contentReference[oaicite:10]{index=10}.
Brasil: mais que tendência, debate político
- Vídeos com reborns em shopping e hospital viralizaram, levando a discussões em câmaras municipais (RJ) e Assembleias (Amazonas) — sem casos confirmados de embaraço médico :contentReference[oaicite:11]{index=11}.
- Segundo a AP, o uso terapêutico e social é real — com encontros, valorização artesanal e comentários de colecionadoras reclamando preconceito :contentReference[oaicite:12]{index=12}.
Análise emocional e profissional
Como psicóloga clínica, reconheço que essas bonecas carregam funções simbólicas poderosas: ritual, apoio emocional e reencontro com sentimentos apagados. Podem oferecer suporte para luto e ansiedade — sobretudo mulheres que viveram perdas gestacionais :contentReference[oaicite:13]{index=13}.
No entanto, o risco está na dependência emocional — especialmente quando o reborn substitui relações humanas — e na exposição pública sem rede de suporte profissional, o que pode intensificar bloqueios emocionais.
Conclusão
O que vemos é um fenômeno global: desde coleções caras nos EUA, uso terapêutico no Reino Unido e Polônia, até debates políticos e sociais no Brasil. As reborn dolls são ao mesmo tempo arte, companhia e espelho emocional — e merecem ser compreendidas, acolhidas e, quando necessário, acompanhadas clinicamente.
Se você usa reborn dolls para terapia, coleção ou vínculo afetivo, conte sua experiência: qual tem sido o valor dessas bonecas na sua vida?